“Bonjour, Hi”

*Por Roberta Araújo

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Minha viagem mais recente foi à Montréal, em Québec – a província canadense de colonização francesa; uma metrópole moderna e de grande diversidade cultural, que recebe pessoas do mundo todo em função do forte turismo e imigração. Apesar da infinidade de línguas que se pode encontrar nessa região, o francês é a língua oficial de suas escolas e empresas, mas a metrópole adotou também o inglês no seu cotidiano. Por isso, curiosamente, tudo tem uma versão em francês e em inglês: placas de sinalização, embalagens de produtos, cardápios etc. No comércio, você é sempre abordado com um “Bonjour, Hi!”, e o diálogo será estabelecido na língua em que o freguês responder. Não raro, as conversas entre os conterrâneos acontecem numa mistura louca entre essas duas línguas. A cidade é extremamente organizada e possui um sistema de transporte bastante eficaz composto por ônibus, quatro linhas de metrô e seis linhas de trem que te levam a todos os lugares.

Montréal tem programações para todos os gostos e idades. No verão, os inúmeros festivais e as diversas atividades ao ar livre fazem a cidade fervilhar e permitem que seus moradores e turistas aproveitem ao máximo os poucos meses de calor. É importante destacar que o verão canadense não perde em nada para o brasileiro. Passei 20 dias de calor intenso, usando short e camiseta e abusando do protetor solar fator 30. A temperatura média girava em torno de 35ºC com sensação térmica de até 39ºC. Só para fazer uma comparação, Montréal passa cinco meses debaixo de neve e frio intenso durante o inverno e início de primavera, quando as temperaturas chegam a até -35ºC.

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Para os mochileiros de plantão, o roteiro é bem variado. Quem gosta de parques vai amar essa viagem, porque existem vários em Montréal e Região Metropolitana, bem arborizados, com boa estrutura de banheiros, lanchonetes, sinalização, mesas para piquenique e visitas inusitadas de animais silvestres. Estive no Parc Mont Royal, que possui um mirante de tirar o fôlego, de onde é possível admirar do alto a cidade. A imensidão do Parc National du Mont Saint-Bruno permite fazer caminhadas em meio à natureza, colheitas de maçãs e observação da fauna. O Parc Jean Drapeau merece uma descrição à parte porque está situado em um conjunto de ilhas onde foi construído um complexo turístico muito interessante. Além do próprio parque, encontramos também a Biosphère (esse globo que deixa qualquer foto perfeita!), um cassino, um complexo aquático destinado ao público, o circuito de fórmula 1 “Gilles Villeneuve” e o parque de diversões “La Ronde”. Em outro cantinho da cidade, visitei um conjunto de passeios turísticos que incluem:

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1) Biodôme, onde eles reproduzem os ecossistemas das Américas com fauna, flora e condições climáticas similares a cada um deles;

2) Jardim botânico e o Insetário, com suas centenas de espécies de plantas, seus belos jardins temáticos e um acervo gigantesco de insetos;

3) Planetário, com apresentações surreais em telões no teto do teatro sobre o universo;

4) A torre do Parque Olímpico, conhecida por ser a maior torre inclinada do mundo e que proporciona ao visitante uma maravilhosa vista panorâmica da cidade. O parque, construído para as Olimpíadas de 1976, hoje oferece aos moradores várias atividades físicas indoor e fica ao lado do estádio de futebol do time da cidade chamado Impact.

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Existem outros programas imperdíveis como o passeio pela “Vieux Montréal”, parte antiga da cidade que abrange, entre outras coisas, o porto velho, o mercado Bonsecours e a basílica de Notre-Dame. É preciso conhecer também os bairros italiano (Petite Italie) e chinês (Chinatown) e a Place des Arts, onde se concentram os festivais de música e as diversas manifestações artísticas. Por fim, quem for à Montréal não deve deixar de ir à cidade subterrânea que abrange um imenso complexo de shoppings interligados.

Quem puder alugar um carro para ir um pouquinho mais longe, vale a pena conhecer a histórica cidade de Québec. Para chegar até lá, pode-se pegar uma charmosa rodovia chamada “Chemin du Roy”, que é como se fosse a nossa Estrada Real. Outra cidade imperdível é a capital do Canadá, Ottawa, onde se pode ver a troca de guarda real e fazer uma visita guiada no parlamento. Ambas cidades ficam a cerca de 2 horas de carro de Montréal. Mas a descrição desses passeios vai ficar para um próximo post!

Comidinhas

No verão todos os restaurantes instalam sacadinhas externas, dando um visual muito charmoso à cidade. Parada obrigatória em Montréal: Joliette Chocolat. Uma chocolateria que oferece bolos, tortas, cafés, bombons e crepes variados. (Ah, que falta me faz um desses aqui no Brasil!) E para quem gosta da famosa cafeteria Starbucks, sugiro experimentar o Tim Hortons, que é muito mais gostoso, mais variado e mais barato! Algumas comidas típicas que valem a pena destacar: A Poutine é uma porção de batatas fritas, queijo em grãos e bastante molho barbecue! Existem restaurantes especializados nesse prato bem tradicional que oferecem outras opções com diversos tipos de carne e tempero. O Érable (em francês) ou Maple (em inglês) é outro orgulho gastronômico da região. Trata-se de uma seiva doce fisicamente parecida com mel, porém mais líquida. Com esse doce, os Québécois comem de tudo: feijão, salsicha, presunto, waffle, panquecas etc. No inverno eles jogam o Érable quente no gelo, daí é só enrolar no palito e comer no estilo pirulito. Nhamy!

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