REDES SOCIAIS E OSTENTAÇÃO

*Por Caroline Paiva

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Recentemente, estive em viagem de férias em Porto de Galinhas. O pequeno vilarejo localizado na praia de mesmo nome está, na verdade, no município de Ipojuca. Atrativos turísticos à parte, o que chamou atenção foi o argumento que os vendedores de quase todo tipo de produto ou serviço encontraram para vender mais: ostentar nas redes sociais.

Fui abordada diversas vezes por pessoas que me apresentaram a oportunidade de ostentar algo em uma foto no Facebook. Há passeios e até mesmo drinks específicos para quem deseja fazer isso. Um vendedor chegou a me sugerir tirar uma foto com um drink e enviar pelo whatsapp para os colegas do trabalho. Não me rendi a nenhum dos apelos, mas vi muitas pessoas excessivamente conectadas em seus smartphones enquanto perdiam a oportunidade de aproveitar o dia na praia.

Não sou contra redes sociais, até porque trabalho com isso. Porém, creio que temos que encontrar um bom senso no que diz respeito à nossa exposição na internet. Será mesmo preciso enviar uma foto em um cenário paradisíaco bebendo um drink gelado para quem está em um escritório fechado se dedicando ao trabalho e talvez cansado das múltiplas tarefas do dia a dia?! O que isso iria acrescentar para essas pessoas? Eu me sentiria melhor do que elas por isso?

Ostentação e redes sociais parecem ser palavras que andam juntas hoje em dia. Não há caminho que nos leve para um mundo sem internet. Não há necessidade de nos desconectarmos das redes sociais ou excluir contas. Da mesma forma, não há necessidade de expormos uma falsa vida de felicidade e lucro quando na verdade nós temos que lidar diariamente com desafios e obstáculos para chegarmos onde queremos. As redes sociais são feitas para relacionamento e não para projeção de uma realidade almejada. Antes de postar, reflita sobre a pertinência daquilo para seus contatos. Isso realmente acrescenta algo para o mundo? Na dúvida, apague!