O mercado está redescobrindo a utilização do storytelling como uma técnica de comunicação eficaz para executar aquilo que contadores de histórias já sabem há tempos e que se constitui no maior desafio da atualidade: capturar a atenção do público. Os consumidores não compram apenas produtos e serviços. Querem sempre a emoção que a marca é capaz de proporcionar. Pode ser que isso não seja tão consciente. Contudo, conforme o psicólogo Jerome Bruner, qualquer coisa tem 20 vezes mais chance de ser lembrada se estiver ligada a uma história.
A técnica consiste em contar histórias capazes de conectar, emocionalmente, uma marca com seu público. A ação é feita por meio de repetição de histórias com novos sentidos e sentimentos. Uma boa história possui uma alta capacidade de inspirar, diferente de fatos ou informações isoladas. O Storytelling ou a Contação de Histórias atua numa mesma perspectiva para apresentar experiências vividas por seus contadores de forma, quase sempre, parcial e repleta de subjetivações.
Contação de histórias
A Contação de Histórias, na visão de Walter Benjamin, é a arte de narrar. A arte de descrever enredos é sempre contar de novo. Ele pondera que isso implica em transmitir sabedoria do mais velho para o mais jovem, fazer circular informações, em forma de situações que sempre podem ganhar novos significados. Segundo Beatriz Sarlo, a narração promove a experiência para um lugar atemporal, que não depende do período do acontecimento e, sim, apenas da lembrança. Ela cria novos tempos. A cada repetição e a cada interpretação subjetiva, volta a ser e se tornar atual, ou seja, quando se narra algo, traz esse fato para o presente e o perpetua para o futuro.
Robert Mckee, um dos pais do storytelling, afirmou em sua palestra no ExpoManagement que “a mente é uma máquina de fazer histórias. Quando se é criança, a coisa mais natural é contar histórias. É dessa maneira que ela foi desenhada por milhões de anos para interpretar a realidade. Contar histórias é a única linguagem internacional e a maneira de fazer as pessoas entenderem um ponto de vista”.
A midiatização permitiu influenciar pessoas de uma maneira muito mais simples. Diariamente é possível se deparar com ações nas redes que encantam, resgatam fatos e são capazes de demandar outras ações para o futuro. As histórias aguçam a curiosidade, fazendo com que as pessoas direcionem a ela, a sua atenção, tão disputada em meio a diversos posts em timelines rápidas e efêmeras. Como consequência, a natureza da história faz com que ela seja altamente compartilhável.
Storytelling de INsucesso
“Toda empresa quer ter uma história. Algumas são mentiras” Revista Exame, novembro 2014, jornalista Ana Luiza Leal
Não invente algo que seja mentira, pois derrubará a reputação e a credibilidade da empresa. As pessoas não esquecerão facilmente a sua “falsa história” e, consequentemente, não acreditarão mais em você. Crie empatia com seu público, pois é um forte fator de aproximação com o consumidor. Alguns exemplos de cases de insucesso: Samarco, Hollister, suco Do Bem e sorvete Diletto.
Storytelling de sucesso
O processo só é bem-sucedido quando é estratégico e gera emoções, percepções e subjetividade. Confira alguns cases bem executados:
Pedigree
Duracel
Itaú
Bradesco
Gatorade
Correios
Nenhum desses cases contou a história da própria empresa. Elas se associaram a valores que pudessem tocar e criar empatia com seu público.