A comunicação interna sempre foi um grande desafio, cuja principal função é engajar os funcionários, envolvê-los, sensibilizá-los e impactá-los com os valores da empresa. A organização tem três tipos de pessoas: os contrários, os desengajados e os engajados, sendo que cada um, nesse cenário, terá uma função decisiva para o futuro da empresa. O engajado lidera por bem, o contrário tenta destruir o que existe de envolvimento entre a equipe e os desengajados agem ativamente, reforçando o seu posicionamento.
O primeiro passo para mudar a cultura de uma organização é identificar quem é quem para planejar algumas atitudes. A empresa deve colocar as pessoas engajadas em posições de liderança, dando visibilidade e reconhecimento para fortalecer o envolvimento delas com a empresa. Os contrários, a única solução é a demissão. Se a empresa não corrobora com o comportamento desse funcionário, deve demitir antes que cause mais problemas. As ações refletirão diretamente sobre os desmotivados, causando um impacto decisivo para que tomem consciência sobre o que se passa na empresa.
As organizações têm o costume de tentarem engajar de duas maneiras e usa-se a metáfora da cenoura e do chicote para caracterizá-las. A cenoura é o bônus e, se não deu certo, aplica-se o chicote. As pessoas são “infantilizadas” e as ações acabam virando barganha para um trabalho que vira uma moeda de troca, sendo que o risco é grande de atrapalhar a motivação do funcionário. A motivação extrínseca não se sustenta por muito tempo, sendo que mobiliza por um curto prazo e o pior, destrói a motivação intrínseca.
A motivação 3.0 trabalha com três pilares: autonomia, maestria e propósito. A autonomia é as pessoas participarem da maneira delas e, para isso, precisam ter clareza da função. Em muitos casos, o funcionário não tem conhecimento sobre qual é o seu papel e o que a empresa espera dele, sendo um dos grandes obstáculos para o engajamento. Sem clareza, não há autonomia.
A maestria trata do senso de aprender. Os funcionários querem estar sempre aprendendo algo. A curiosidade deve estar aguçada e os colaboradores precisam ter a percepção de estarem conhecendo coisas novas. O propósito é aquilo que mostra ao colaborador o sentido do que faz, ou seja, que a produção valerá alguma coisa, que tem sentido.
Do ponto de vista da empresa, engajar se faz necessário para que o funcionário tenha o comportamento que a organização deseja, cumprindo as orientações repassadas. O manejo da cultura organizacional destaca o comportamento alinhado com o que a empresa quer, sem a necessidade de controle, mas sempre com a ideia de autogovernança. A comunicação interna deve estar aberta para escutar, entender e considerar os questionamentos das pessoas. Elas devem se sentir respeitadas. O planejamento de comunicação deve ser baseado em escutar e absorver essas informações, transformadas em ações.
O manejo da cultura organizacional trabalha os valores da empresa, tangibilizados por ações que geram casos internos inspiradores, criando mitos para direcionarem como as coisas são feitas na empresa. É função da comunicação interna trabalhar os valores, esperando que surjam mais novos casos inspiradores e que outros mitos sejam criados e que inspirem.
A atuacação interna deve trabalhar com outras formas de comunicação, utilizando recursos tecnológicos, sendo menos textuais e mais visuais. Deve-se lembrar que a notícia não muda comportamento, pois abordam o passado. A comunicação interna projeta o futuro. O setor deve ser capaz de criar possibilidades de novos comportamentos dentro da empresa e ter estratégias para criar o futuro que deseja, influenciando na construção do presente para que o amanhã seja ainda mais alinhado com o negócio.