O compliance ganha cada vez mais espaço nas grandes corporações. A governança corporativa brasileira tem dado saltos, desde a aplicação da Lei Anticorrupção, em 2013. Os escândalos envolvendo grandes empresas mundiais, devido à fragilidade de seus processos, começam a aquecer os serviços de programa de integridade, conhecido também como “Plano de Compliance”. A lei regula a relação entre seu próprio texto, governos e empresas.
O programa de integridade nada mais é que um conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e conduta, políticas e normas para detectar e acabar com desvios, fraudes e atos ilícitos cometidos contra a administração pública, nacional ou internacional. Sendo assim, espera-se de um plano de compliance estabeleça:
– Detecção de desvios
– Análise de riscos
– Implantação e códigos de conduta
– Criação de canais de denúncia
– Treinamento para funcionários
O plano está em consonância à Lei Anticorrupção para regulamentar como parte do Decreto Federal, aprovado em março de 2015, para responsabilização administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública. A implantação de programas de integridade garante uma boa governança e evolui o nível de maturidade empresarial brasileiro. Acredita-se que a atuação correta de atividades administrativas deve ser assimilada como um diferencial competitivo para as empresas. Entretanto, muitas vezes, não é visto dessa maneira. Para alguns gestores, a implantação dos códigos enrijece o funcionário. Visão equivocada.
A situação pode ocorrer, caso a criação do programa de integridade seja feito de forma imposta aos colaboradores. Um modo mais eficiente seria a construção coletiva – construção de baixo para cima, gerando engajamento, adesão às novas práticas junto aos funcionários para que se sintam participantes do processo de criação e pertencentes ao projeto.
Para constar que a política de compliance teve sucesso, é preciso ocorrer denúncias. Existe uma questão cultural de não confiar no anonimato e que, geralmente, essas delações não geram efeito. A comunicação dessas organizações deve apresentar um processo transparente para inspirar confiança. Os canais de denúncia anônima podem ajudar, desde que mostrem efeitos e, para isso, serão necessários treinamentos e engajamento da equipe.
É importante incentivar o engajamento, fazendo com que os funcionários possam se sentir contagiados pelo compliance e promover treinamentos constantes para o envolvimento da equipe.
Dentro desse processo, é preciso alavancar a importante participação da comunicação na implantação, divulgação e acolhimento do plano de compliance. A comunicação interna é um grupo-chave para divulgação do programa e consolidação de plataformas que darão corpo à execução de tal processo. O setor terá sempre as melhores ferramentas para informar as diferentes áreas da companhia e com possibilidades mais assertivas para trabalhar o alinhamento do código de conduta.
A comunicação corporativa deve difundir o zelo à fidelidade empresarial, proporcionando segurança aos funcionários e permitindo que cada integrante da organização se sinta pertencente ao projeto e um fiscal dos códigos de ética implantados. A comunicação corporativa deve chamar a responsabilidade para si e ter a visão de seu papel na promoção da integridade e ética empresarial da instituição.